terça-feira, 26 de julho de 2016

Espectro

No chão sujo, calejada,
Na poeira, assustada,
Olhando a janela embaciada,
Vejo o espectro na calada.

Sinto o cheiro da sua podridão,
Afunda-se o meu coração.
Rezo na escuridão
Por alguma salvação.

Os seus gritos ensurdecem,
Até as cortinas empalidecem.
As minhas súplicas crescem,
As minhas certezas desaparecem.

O espectro flutua até mim.
Sinto o sabor do fim...

Rastejo sem saber onde ir.
As minhas pernas não querem ouvir.
Ele não pára de me seguir.
Sinto dor sem ter como sentir.

Abrem-se feridas no meu corpo.
O espectro fez mais um morto.


Poema de Elefanta - HelenaRibeiro